Scale

  • 2011
  • Lost in Lace, Birmingham Museum and Art Gallery, Inglaterra

Minha percepção do espaço com base na temporalidade da experiência vem da arquitetura. Procuro uma espacialidade física, quero um impacto no corpo das pessoas. O olho faz parte do corpo e o corpo se relaciona com as coisas, olha pra elas. Me interessa também a repetição, e como quebrá-la. Por outro lado, tive uma relação de conflito com a arquitetura, que acabou se transformando numa fonte de questionamento sobre o que é o projeto e como ele se torna um dado complexo para o artista. Procuro desconstruir o que aprendi de arquitetura nos meus trabalhos. Prefiro permitir uma nova leitura do espaço, em que ele, muitas vezes, deixa de existir como tal. Tento fazer com que as pessoas passem a enxergá-lo e imaginá-lo de outra maneira. Torna-se necessário mobilizar esse espaço e romper com o modo como o apreendemos. Existem verdadeiras camadas de significados e diferentes modos de se perceber um espaço, e eles podem ser ressaltados ou não de acordo com a leitura que se quer fazer. A maior parte dos materiais encontrados no meu trabalho são materiais usados na arquitetura. Vinil adesivo, policarbonato alveolar, tijolos, blocos de concreto são materiais que têm uma funcionalidade muito definida: sinalização, vedação, sustentação, pavimentação. Procuro tirar o material do seu contexto e ao mesmo tempo evidenciar suas características. Nos meus trabalhos suas funções são sempre subvertidas. 

Ana Holck